quinta-feira, 4 de setembro de 2008


Existem pessoas que cosem pra fora, outras cosem pra dentro, eu não coso. Prefiro viver minha vida em fragmentos, os quais em cada um posso ter a liberdade de errar e acertar, sem me preocupar muito com o retalho da frente ou o anterior. Gosto da minha vida inconsútil, já que a cada dia sinto-me livre para relembrar momentos, para construir momentos, para ser feliz.
É o que alguns chamam de viver a vida intensamente, como se cada dia fosse ser o último. Eu prefiro dizer que vivo a vida porque sei que o principal valor da vida é a própria vida, e a fragmento com a certeza de que a cada episódio posso opinar em excluí-lo ou guardá-lo para que no fim, apenas no fim, seja feita uma grande colcha, e que a mesma console, cubra e proteja as pessoas que já não mais acreditam no amor e na verdadeira significação da vida, e por isso são quizilentos.
Acho essa uma boa desculpa para minha alegria constante, para meus risos incessantes e para meu humor insigne. Tento passar às pessoas que vale a pena sorrir apesar dos pesares. E que embora nossa vida seja como uma colcha de retalhos há como tamparmos o passado curtindo o presente que é a espera do futuro, sem nos preocupar muito em viver de acordo com um tamanho exato de pano, ousando sempre ampliar as alegrias e diminuir sempre que possível as mazelas da vida.
Isso dá uma liberdade tão grande quanto a alegria que fluirá ao ver sua colcha repleta de bons momentos, felicidades e diversões. Mas no fim, lá nas prestações de conta, enquanto isso prefiro não costurar minha vida, remetendo sempre esta culpa.


Carol Zacarias

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